Uma vendedora simpática veio até mim, me perguntou com um sorriso pelo que eu procurava. Podia responder uma infinidade de coisas: " Eu mesma", " Evidências da existência de Deus ", mas dei de ombros e respondi simplesmente: uma mesa.
Ela assentiu e me guiou até uma grande mesa de vime, redonda, com cadeiras igualmente grandes estofadas com flores.
Senti uma tontura leve e uma dor antiga apagou meu sorriso. E antes que pudesse me dar conta disse que não estava interessada. Me afastei e continuei - Tive uma mesa dessas. Perdi na separação.
Ela sorriu, condoída e me levou para longe, me mostrou outras mesas. Pedi um cartão da loja, o orçamento da mesa que gostei, o nome dela e saí.
Algumas dores velhas, concluí, não param de doer com o tempo. Mas com o tempo a gente se acostuma com a dor e segue em frente, para novas mesas.
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