22 de jan. de 2015

Carolina

Eu sou apenas um pobre cantor, Carolina, mas esses olhos, que olhos, Carolina, muito expressivos, com as dores conservadas, bálsamo benigno, signo de paraíso astral, esses olhos, Carolina, de menina esses olhos, carregam contornos de mulher. Minto. São olhos que olham como os olhos de menina olham, com curiosidade e medo, mas gostam feito olhos de mulher. São olhos de mundo afora, Carolina, olhos que não se fazem mais, raríssimos, feito o por do sol quando se está aflito e sozinho, feito o nascer do sol entre as fumaças de um cigarro mentolado e um amor que não se cura, feito o barulho do mar misturado com as tuas lágrimas, feito te ver chorando de dor. Um espetáculo. Tem uma beleza, uma bossa. Em dias de verão, um sambinha quente O som animado e arranhado e meio rouco do dance music quando a noite cai. Seus olhos são pura sinestesia. Carolina, queria poder pegar entre os dedos o conteúdo da tua poesia, fazer verso. Não consigo, tem também em você inteira qualquer coisa que sempre me escapa, me engasga. Queria, Carolina, te cantar as coisas mais lindas, enfeitar teus cabelos com os olhos dos meus sonhos. Dos seus sonhos. Queria saber cantar, só pra cantar para você e roubar um sorriso-Carolina. Mas não sei. Então eu te digo uma duas dez vezes, Carolina: Te amo. E você tem que acreditar, você precisa acreditar. Viu? Você precisa acreditar. Te ver acreditando me dá vontade de acreditar também. Carolina, nos seus olhos guarda a dor de todo esse mundo, mas guarda também a esperança dos novos dias, por que eles já estão aqui. E vem, Carolina, vem sim, vem com teus sons, teus ais, teus dons, teus mas, vem, corre que agora é brincar de viver.

Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !