26 de ago. de 2012

Baby, há quanto tempo

Eu conheci um rapaz de cabelos vermelhos, olhar distante e timidez latente. O conheci no Começo de tudo, no Gênesis. 
No primeiro dia eu pedi que ele me comprasse fichas para o lanche e ele aceitou timidamente, depois o convidei para sentar comigo. Não podia supor que meu gesto fosse o raiar de uma grande amizade, talvez se eu pudesse supor qualquer coisa da importância dele na minha vida, não teria sido tão arrogante. 
No segundo dia fomos para uma grande festa, nos encontramos quase por acaso e nos divertimos com seu silêncio atordoado. Já não havia um dia em que não sentássemos juntos.
No terceiro dia veio a raiva e o medo e a descoberta, veio a praga, ele me falou que eu deveria me unir a ele. Eu me uni a ele, me aproximei do seu forte, da sua vida, sua história, seus amigos. Seus amigos foram os meus, as histórias nossas, a vida dividida pela rotina colegial.
No quarto dia vieram os desafios e os desamores. Também veio o afastamento e o medo ainda nos espreitava silencioso, como você foi outrora, sobrevivemos.
No quinto dia veio a morte, a dor da perda foi vivida por 30 ou mais almas. Todos morremos com ele. Chamam de empatia, mas era só amor e dor e perda, a sua perda que foi a minha perda e ainda é. Nunca a dor me foi tão visceral e escancarada, te entreguei um diário, te entreguei as promessas, me fiz forte para ser a sua força, me fiz presente para ser seu presente. 
No sexto dia veio a bonança, o céu azul das coisas vindouras se abriu em um sorriso escancarado, como o nosso. Vencemos, vencemos a dor, o medo, o preconceito, o nosso próprio preconceito. Vencemos as grades e tudo que nos prendia. Vencemos de um jeito tão bonito que até a inveja se condescendeu. Ela não chegou em nós, e nada de ruim poderia se abater, tínhamos os seus ensinamentos: Coragem, Força e Fé. 
Aqui, do auge do sétimo dia desfrutamos da vista. Não se sabe o que acontecerá daqui para frente, mas temos um filho, um sonho. Certamente estaremos juntos. Você é o irmão que eu sempre quis, você é maior até, porque eu não sei sonhar com alguém tão bonito.  

 Baby, baby, I love you 




Para ler ouvindo Baby

19 de ago. de 2012

É você que tem

Quando eu te vi pela primeira vez, tal como você era, a minha vida estava uma bagunça. E você me veio com os seus olhos vazios e o seu medo e pela primeira vez eu não precisei que ninguém me dissesse que eu estava apaixonada. Tive medo, medo de seguir em frente, medo de cair, medo de te machucar, mas arrisquei. Arrisquei porque quando eu te vi verdadeiramente eu me perguntei, também pela primeira vez : "Porque não?". E não "Porque não eu?".
E você me amou primeiro, você me amou quando nem eu amava a mim. Você me amou no meio daquela bagunça e segurou minha mão e me confortou  mesmo quando eu não mereci. Eu te desmereci mesmo antes de te amar, porque eu não merecia a mim. E você esteve ao meu lado e me propôs uma margarida... Na minha fossa. Te dei várias, coloridas, vivas, secretas. Porque a gente dá coisas vivas a quem ama, para ver o amor crescer.
Mas você é grandiosa, você me dá tudo que eu sonho, e faz das tripas qualquer coisa, para me fazer feliz, porque você me ama. E eu sinto que você me ama, eu vejo que você me ama e eu sei que você me ama.
Porque a gente sabe quando a gente é amada. A gente sabe quando não está sozinha.
E então por qualquer coisa me inquieto e me deparo com coisas que fazem meus sentimentos ficarem em suspenso. E penso : Ora, como saber se é amor. Como saber do meu amor ?
E hoje não é no contrate do desamor que sei que a amo.
É no desespero, na ternura, no cuidado, no dividir-se, repartir-se, reviver-se, no amadurecimento contínuo e conjugado. No nós. Na intimidade, na falta de pudor, na proximidade e na inquietação. Na suspensão de sentimentos, no ciúme, no medo da perda. Na elaboração de mim.
Posto que não vejo a mim, só, vejo-nos.
Não sei se um dia eu vou poder te contar o que você me deu, mas eu já mandei embrulhar, já chamo de meu.
Porque você me deu a mim, como seu sempre sonhei ser e nunca saberia ter sido. E cada pedacinho desse eu que você quem viu em mim, e me mostrou pelos seus olhos - agora cheios de vida -,  cada mínimo pedaço, ama você.
É fácil amar quando é fácil, e é bom. Mas ainda bem que nós soubemos nos amar em plena tormenta.

2 de ago. de 2012

Amigo, que ironia dessa vida

Amigo é feito de sonho e espelho
Reflete de nós o que queremos
E mais, o que admiramos
Amigos se espalham
Nos anos, planos, sonhos,
E vagam pra outros tantos.
Acontece às vezes do reflexo mudar,
Acontece da gente se ver diferente
E rejeitar o amigo que no espelho era a parte ausente.
Mas tem amigo, além espelho. 
Amigo moldura. 
A amizade nunca acaba, nem acaba a ternura.

Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !