7 de jan. de 2016

Micrônica,

Estou com a coluna bem ereta, na minha melhor postura, pois estou carregando algo muitíssimo frágil e é preciso ter cuidado. 
O que carrego é fragilíssimo, tanto que antes de me entregar a mim embrulhado foi dezena de vezes, com um material resistente a rasura, queda, ou impacto que de qualquer sorte o quebrasse. 
O que carrego, em mim, comigo, me sorri quando eu sorrio e chora quando eu choro. 
O que carrego me faz ter passos mansos e cuidadosos, pensar nas consequências e agouros do desastre. 
O que carrego não foi caro, tampouco barato. Não foi preço qualquer, que possa ser tomado por descartável. 
O que carrego, agora mesmo, talvez não se possa ver nos meus olhos, mas vejo os meus olhos por isto, que carrego.
Não tenho medo de perder o que carrego, mas por deleite o pus bem colado rente a parede, não pendurei, colei. Com uma cola poderosíssima, numa superfície lisa. 
O que eu carrego em mim e comigo, poderia ser a minha Alma e tudo que cabe nela e nela se esconde, mas hoje: 
O que carrego é um Espelho.  

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