A felicidade é uma mulherzinha ébria
Que se embola tropega, bêbada
E entra uma e outra lamúria
Ela se ri e jura que me ama.
A Felicidade é uma mulherzinha ébria
E de vez em vez ela me escapa
ou me enrosca
nos seus cabelos.
A Felicidade que é tão nossa anda a esmo
E ébria.
Porque nós as abjeções não podemos sorrir lúcidos
Nos encontramos nos soluços,
nos silêncios,
nos marasmos.
No impossível: estamos.
A Felicidade é uma mulherzinha ébria e me fode tropega
Num dia de semana,
até que eu grite
e dance
e rode
Até que eu recite poemas e escreva cartas de amor
Porque ela tem medo que eu morra
E eu também tenho medo de morrer
Enquanto morte alguma chega urramos de prazer
A Felicidade é quase o que eu sou, dia sim dia não
Quando suporto bêbada, quando resisto trôpega
aos estilhaços de bomba
numa manifestação...
Contra a sobriedade.
Que é essa coisa limpa, branca e culta
Que nunca poderia ser chupada feito puta
Ou sorvida feito pinga
E que não é pra gente, que corre pros bares
Que se afoga nos mares
Que é estuprada nos becos
Tentando suportar
Ébria
toda essa Lama.
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