28 de mai. de 2014

Agô


  • Quando eu nasci anjo nenhum,
  • Me recebeu um Exu retinto, que dançava na chuva
  • Anunciara a bonança, era mulher de boceta e resto
  • Nanã lhe espiava a dança, chovia feito o choro
  • Da esfomeada criança, sabia-se filha de Iansã,
  • Que a arvorava a liderança e os ventos de mudança,
  • Bandeira nenhuma carregaria, sem a Padilha abre-caminhos de herança,
  • Certamente, saberiam, os louvores da tal criança.
  • Não iria casar, senão com a revolução,
  • Subvertia o matrimônio, o afeto dos díspares era sua aliança
  • A justiça o seu Estado e a Fé sua nação,
  • Não era feia, nem bonita, era toda senão,
  • Isso tampouco lhe importava, valia mais o coração,
  • Que é coisa vermelha e pulsa, feito uma exclamação
  • Que batucava feito samba, e no terreiro nunca lhe faltou chão,
  • Para amar mulher que luta há em Iansã mais comoção.
  • Mulher é, verbo de criação, eu sou.

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