10 de mai. de 2014

O masoquista e o fugitivo

[Para ler ouvindo]

Estava escolhendo limão, para fazer uma torta, a música no fundo melodiosa dizia que a gente que escolhe sorrir, ri, era escárnio, não graça, e que a gente escolhe chorar. Onde já se viu, escolher riso ou pranto feito se escolhe...limão!Aquele cheiro de hortifrúti mamão manga laranja lima limão maçã me botavam enjoada como o diabo, mal sentia além da música e a voz meio chorosa da Vanessa da Mata, há certa hora do dia em que mal sinto as minhas extremidades, ando como alguém que fumou um baseado, eu? Fumei não! Nunquinha meu senhor! Como poderia saber? Então, parecia que flutuava entre as prateleiras coloridas, e aquelas vozes femininas e toda aquela paz, toda aquela naturalidade naquele varejeiro mil vezes no cartão batata alface feijão, já não havia música, nem vozes, nem mercado, era eu e eu e eu e eu. Ondas de mim invadiam tudo e derrubavam tudo e nada mais fazia sentido algum. Até que uma velha voz me3 chamou pelo nome e a velha cefaleia, o velho cansaço nas pernas, a dor de coluna,  Oi? Vamos sim. Para onde? Para o caixa, é claro. É claro. É claro.

Não é.

Um comentário:

  1. Menina, coisa boa voltar a ler um texto seu, cheinho de surpresas e escrita trabalhada em nuances sensoriais. Parabéns!

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Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !