29 de ago. de 2013

Meu grito

Nasci sambando, o batuque foi desde sempre a minha segunda casa. Sorriso no rosto e babado na saia, não me importava se era senhor ou senhora. Gostava do tônus dos corpos que ritmados se colocavam contra o meu. Aquele cheiro de suor e perfume e alfazema impregnava o ar. Não sabia bem se era a cerveja ou as voltas ou os cheiros - cheiro de gente me deixa como louca - mas a minha vontade era de girar até faltar pé no salão. Sorria plena da minha festa, da minha terra, do meu chão, havia em mim um charme e um silêncio. Havia também um pau que pulsava rijo embaixo da saia e os peitos que balançavam nus com o ritmo da música. E havia o seu corpo que sambava nos paralás do salão e fazia meus olhos vibrarem.

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