12 de abr. de 2013

Gilda


Porque tu sabes que é de poesia minha vida secreta, tu sabes Dionísio que ao teu lado te amando antes de ser mulher sou inteira poeta e que o teu corpo existe porque o meu sempre existiu cantando, sempre existiu cantando, meu corpo Dionísio é que move o grande corpo meu. Ainda que tu me veja extrema e suplicante quando amanhece e me dizes Adeus.
Não ponha o nome de Gilda na sua filha, coitada, Se tem filha pra nascer Ou filha pra batizar. Minha mãe se chama Gilda, Não se casou com meu pai. Sempre lhe sobra desgraça, Não tem tempo de escolher. Também eu me chamo Gilda, E, pra dizer a verdade Sou pouco mais infeliz. Sou menos do que mulher, Sou uma mulher qualquer. Ando à-toa pelo mundo. em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntic, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha ,veja só que coisa mais individualista, elitista, capitalista, só queria ser feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, afinal você naquele tempo ainda não tinha se decidido a dar a bunda, nem eu a lamber buceta, ai que gracinha nossos livrinhos de Marx. não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa. Eu não gosto do bom gosto, eu não gosto do bom senso, não gosto dos bons modos, não gosto. Eu gosto é dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que secam de desejo, dos que ardem... Ah abelha rainha faz de mim um instrumento de teu prazer e de tua glória, pois se é noite de completa escuridão, provo o favo do teu mel, cravo a direta claridade do céu e afago o sol com a mão. 

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