23 de fev. de 2012

Eternamente responsável

Por menos dor abandonei o parto, minha rosa calejada não te serviu, espetou seu dedo e foi-se embora com suas promessas, o jardim da vida que em confidências amigas prometeu, você mesmo tratou de incendiar. Tomou-me tudo, cúpula, jardim, mérito, sorrisos, fez tudo em doces, queria adoçar-me a boca à beira que meu coração deixou. Que amigo sois vós que me abandonou ? Amei a ti como a um irmão, troquei-lhe as fraldas, embalei seu sono, fui seu alento. Mesmo recém nascido em mim, irmão, amei-te. No meu campo de margaridas, te desfolhei lilases, ah irmão, como ousaste me comunar em flor, sendo eu tua rosa? Abandonas a mim e a si em mim. E deixa por aí semeadas as promessas que me fez e não cumpriu, os cuidados de jardim e as mentiras que despiu. Não sou perfeita, nunca te escondi. Mas fui tua amiga mais devota, em tempos de desfolhar, e hoje sou pouco menos que rosa, muito menos que amiga, quase nada irmã.

Um comentário:

  1. Ferida que não vai se curar. Pra sempre serás minha consciência, mesmo que no meu inconsciente.

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Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !