9 de fev. de 2010

A beleza do erro, do engano, da imperfeição .

O cheiro rançoso de giz, mofo e suor tomavam conta da sala, eu me sentia seriamente deslocada - como não ? - , sentia a falta das minhas manhãs escolares, dos meus colegas limpos e do conforto das cadeiras novas .
Olhei mais uma vez ao meu redor, pessoas de aparência descuidada, certamente maltratadas pela vida, ou não. Me senti superior, por um instante, e no instante seguinte senti aquele peso característico da culpa.Logo senti os rubores denunciarem que meus pensamentos me envergonhavam, notei que estava sendo observada, olhei para o meu concorrente e sorri.
Sorri, assim, por culpa ou vergonha, ou mesmo por simpatia. Mas certamente sorri sem vontade. Senti medo, coragem, nojo e prazer e olhei encantada para o meu futuro que era só parte de um plano - ainda - ideal.
Pensei no novo passo que estava dando e então na sua importância. pensei também que alçar vôo nem sempre é uma delícia - ser pequeno pássaro a deriva na imensidão de escolhas, ideias e sonhos - mas, certamente é necessário.
E num lapso de ave, fechei os olhos e me deixei levar ao sabor do vento .
Abri os olhos, mais uma vez o cheiro, o desconforto, as pessoas e uma lucidez mórbida me sussurrou com ares de segredo, me arrancando num só golpe os devaneios : Lembre da brisa, pense no sonho, marque a alternativa correta.

2 comentários:

  1. Gostei da topada, mas ensinou a andar para a frente mesmo sem querer,só e somente só se aprende com a situação se apresentando,teras muito desse espetaculo pela frente, trate-o com discernimento e sem discriminação,a vida continua sendo um grande palco.

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Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !