9 de mai. de 2009

Menina de azul.


De azul, com carrinho na mão, bola no pé, manejo de pipa no olhar, no sorriso aquele brilho infantil, uma menina não tem que ser uma boneca, afinal . Criamos nossas filhas para quê? Para seguirem um padrão estético-moral-social que a sociedade impõe e que acatamos em silêncio . Qual é o problema afinal de uma menina driblar, fazer embaixadinhas e transformar a bola de futebol em um abrigo ? Porque implicamos tanto com aquelas garotas que taxamos vulgarmente de " oferecidas " ? Acontece que nós ainda pensamos atrasado, ainda vemos o mundo com os olhos dos nossos avós. Acontece que nós não nos valemos do cientificismo para analisarmos as situações, fazemos juízo de valor, mas baseado apenas no senso comum.

O problema mora aí, críticas embasadas em senso comum são críticas pré conceituadas, pré conceituosas, são críticas sem virtudes . E esse tipo de crítica não leva ninguém a lugar nenhum. E daí que Maria quer jogar bola ? E Daí que Ana quer ficar com quantos garotos ela quiser ? E daí que Teresa é Mecânica ? Porque por uma série de implicações morfológicas, que nem implicam tanto assim as mulheres devem ser tratadas como rainhas... do lar ? Sempre ? Porque o meu irmão pilota moto e eu piloto fogão ? Onde tem escrito que tem que ser assim ?

Leis de defesa do direito da mulher deveriam ser implantadas, não é só a violência doméstica que nos assola, é a violência moral, e não existem leis específicas para punir patrões que desempregam mulheres grávidas, ou recusam curriculos femininos por nos julgar mais fragilizadas. E sabe o que nós fazemos enquanto isso ? Tricotamos com a vizinha, falamos da novela, pilotamos resignadamente nossos fogões e vivemos para sermos a mãe exemplar dos nossos filhos.

E para não se nivelar? Tem que se mexer mulherada, tem que dar a volta por cima, tem que superar as expectativas, tem que ter voz ativa, tem que mostrar que dá para ser SIM algo além da marionete que lava, passa e cozinha. E não é se transformar em homem que vai mudar a situação, e sim romper com os paradigmas da sociedade em cima do salto quinze, ser um pouco Che, sabe? Endurecendo sem perder a ternura.

Não esqueça o rosa, mas ouse provar o sabor de estar de azul.

3 comentários:

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  3. me lembrei de Pagu..: sou mais macho que muito homem.
    mas a maioria acaba se submetendo mesmo :/ compartilho essa raiva interna para com os paradigmas socias.
    e sim, temos que ser um pouco Che (;

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Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !