22 de set. de 2012

Margô.

Se amasse a coisa ultima do seu ser tal como amava a Margarida, há muito teria sucumbido. Não lhe sobrava espaço para amar aos montes, porque em Gilda tudo era entrega. O tempo foi lhe dando um batom mais escuro, e uma tez mais suave. O tempo lhe dera uns olhos descansados e ouvidos mais pacientes. O tempo lhe roubará os passos de música, mas não a alegria da música.
Nunca pensou nas coisas para além da sua efemeridade e, desta forma, nada nunca lhe pareceu temerário. Até a Margarida. A Margarida era o começo e o fim, lhe diria se acaso a perguntasse.O excesso de compromisso que lhe endureceram os pés, foi mais generoso com seu coração. A responsabilidade que demandava cuidar de uma flor, as vezes a enlouquecia. E ela se colocava de cócoras a maldizer e resmungar. Mas quando voltava para Margô, e a olhava de perto, era maior. Sonhava mundos, que só Margô lhe dava, que só o paradoxo de ser flor poderia conceber.
A Margarida era a coisa ultima da menina, era a primeira coisa que tinha em seu peito de mulher, era a coisa que findava em si tudo que tinha. E começava em nós.

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