25 de nov. de 2009

Força, quando mete o pé na porta é com força.

Somos estimulados a perseguir durante toda a vida sonhos baseados numa cultura segregatória e de caráter opressivo . Casa própria, carro próprio, marido próprio, vida própria, seria hipocrisia dizer que não pretendo me adequar, que sou aficcionada pela marginalização social e que vou viver em prol de me excluir das propostas sociais, no entanto, seria estupidez ignorar a crueldade dessa orquestra desafinada.
Conversando com os adolescentes de 14 à 17 anos não é difícil entender porque é tão esperado o marco dos 18 anos. Ele simboliza a liberdade, bom, teoricamente.
A liberdade na nossa cultura também tem outros marcos, como a independência financeira e a aquisição da casa própria, mas a cada nova porção de liberdade surgem condições para nos manter dentro do arranjo social.
Mas nós estamos livres de que ? Grande coisa fazer 18 anos, mesmo que você saia de casa e pare de obedecer aos seus pais, obedecerá ao chefe, ou ao síndico do prédio, ou a qualquer entidade de maior influência.
Grande coisa ter sua própria casa, carro, estabilidade financeira, marido, filhos se a sua vida é medíocre e você deve satisfações a todos.
Por mais que você persiga a liberdade, você não vai encontrá-la no arranjo social, porque aqui, toda liberdade é condicionada.
Não, eu não sou anarquista, apesar de achar muito bonita a proposta de uma sociedade que é um organismo vivo e por isso se entende perfeitamente e não precisa de governos, nem alegorias de poder.
Mas o que eu não consigo assimilar é porque nós passamos a vida toda perseguindo a uma liberdade, que é completamente utópica e absurda - afinal uma liberdade permeada de condições não é uma liberdade, ou é ? - se a verdadeira liberdade está no pensamento, na expressão, na arte de existir e lidar com o cotidiano.

Não existe liberdade maior que viver.

7 comentários:

  1. É que aprendemos desde cedo um conceito equivocado sobre liberdade...
    Bom texto, Nan, como sempre :)

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  2. cada vez melhor, cada vez mais crítica. <3

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  3. ...Concluiu por fim, entao, que nao existe liberdade!

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  4. Quem quiser que pense que 18 anos significa liberdade, é apartir daí que a pessoa pode ser presa hehe =) literalmente...

    texto muito bomm naniee :*

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  5. Muito bom...

    Acredito que essa visão de liberdade que nos e vendida favorece apenas a uma pequena parcela de pessoas, quais sejam, poderosos, politicos, etc...
    Uma liberdade verdadeira está intimamente atrelada a uma visão humana das coisas: respeito, cooperação, amizade... e não materialismo e uma "independencia" financeira que nos leva unicamente a ignorância e nos joga contra nos mesmos evitando com isso que consigamos nos desprender ded um sistema que oprime e gera sofrimento a milhões...

    Muito bom texto... (repetindo XD)

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  6. Acho que há liberdade na sociedade sim.

    Indo de encontro ao seu pensamento, você gostaria de não ter um chefe? Isso significa comer, beber, ir ao cinema, ter um carro, ter uma casa, isso tudo como? Você mesmo faria seu carro? Você mesmo gravaria o filme e construiria o cinema?

    Esse síndico, policial, chefe existem pq sem eles cada um faz o que imaginar certo. Alguns imaginam ser certo o que realmente é certo outros imaginam ser certo o que é errado. Confuso?

    A liberdade que você descreve seria algo como liberdade de roubar sem ser preso? Liberdade de dirigir sem licensa de motorista? Liberdade de acordar o condomínio todo com sua festa na madrugada da terça-feira?

    A liberdade que você citou, infelizmente não funcionou em lugar nenhum do mundo e não existe, acredito até que nunca existirá, para o bem de todos.

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  7. Não, caríssimo, não estou criticando a estrutura social e sim o ideal de uma pseudo liberdade que não existe. É o pensamento das pessoas, e a construção de uma cultura voltada para uma busca sem sentido. Claro que é necessário que haja intervenção, hierarquia e construção social, não é uma apologia ao caos e sim um salve para um posicionamento mais racional frente as coisas, ou mesmo um desabafo, mas definitivamente não é uma crítica a construção social. Bieces ;

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Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !