23 de dez. de 2008

É preciso AMAR as pessoas como se não houvesse amanhã!

( Para ler ouvindo: Pais e Filhos - Legião Urbana )



Os dias tendem a ser ensolarados nessa época do ano, e o céu sem núvens costuma ser um presságio de coisas boas. Acontece que num ambiente com muitos adolescentes, intempestivos no furor da idade, nada é previsível. E chega a ser óbvio que a imprevisibilidade juvenil não tarda a render maus frutos. Comemora-se, o quê não vem ao caso, com muita música regada a cerveja e dança. Mas depois de um tempo o ar foi ficando rarefeito, quase sólido. Uma tensão desagradável começou a se apossar do lugar e a instabilidade dos ânimos gerou o primeiro surto, contido e calado com eficácia, surge outro, com algum tumulto e uma primeira troca de tapas. No terceiro surto, surge a personagem principal da nossa história dantesca, uma arma de calibre trinta e oito apontada, escalada frente a face de um adolescente de dezesseis anos.

Adolescente esse cujos os olhos castanhos apertados conseguem refletir perfeitamente o carinho que a narradora passional tem por ele, um sorriso cansado, porém sincero, que curva o canto dos lábios com exatidão mesmo quando tímido e um tom de voz doce, maleável. Ele é uma pessoa simples, ele não se apega a grandes vícios, apenas um que é seu calvário : mulheres. Todas, mesmo tendo uma. Ou todas, consegue despertar nelas ilusões com seus tolos galanteios, com seu carinho extremado e sua sensibilidade afetuosa. Algumas pessoas conseguem te fazer sorrir com um olhar, Paulo Henrique certamente é uma dessas pessoas.

A sensação de ver alguém amado frente a morte é como tentar respirar no vácuo. Você se sente inútil, invalido e por intantes inóspito, de ideias e limpo de ações. Meus pés aderiram ao chão, sei que uma GRANDE amiga minha e dele me tirou de lá, me puxou mas mesmo quando não corriamos mais eu ainda estava paralisada. O jeito como ele fechou os olhos e saiu cambaleando em círculos, balbuciando qualquer coisa que para mim não fez sentido algum, mertelou na minha cabeça por toda noite, faço uma previsão que talvez essa cena se repita ainda a vida inteira na minha mente, associada ao perigo, ao medo e ao topor de se sentir impotente diante da morte.

Justamente a morte que já me pareceu tão atraente, mas só quando se está frente a ela é possível notar quão ridícula é a idéia de fugir da vida.

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