26 de mai. de 2025

Eu quero ver o pordosol lindocomoele só,

 Ai que ofício dispendioso esse de acreditar que sou poeta, poetisa ou pórtica qualquer da palavra. Agora mesmo tenho vontade de acreditar e medo de acreditar no poder (da palavra). Acreditando assim entre o medo e o movimento e medo aqui (até das pontuações que é coisa de fora e não de dentro) significa a paralisia, que entendo quê: os ansiosos são todos devoradores de palavras, falamos pelos cotovelos na esperança de que aquilo que diz de si, pelo menos diz. Nem tudo diz coisa alguma e o sentido que faz as vezes é só sol (tem uma poesia, aquela sol fazia só não fazia sentido) (meu eterno maravilhamento hiperbólico desse coração bobo bola balão que lembra os lugares da infância que tive e que não tive e insiste em buscar sentido, pertencimento e conexão genuínas para que a vida tenha graça e também eu que me autorizei a querer o que eu quero e não só o que me quer ou querem. Eu que sou e que poderia escolher por mim mesma depois de tanto tempo quero é me saber sentindo. Estou colocando agora mesmo esse hedonismo fetichista da experiência para jogo. Porque eu não aceito ser infeliz e para isso eu preciso viver uma vida que faça algum sentido e rompida a expectativa narcísica de que seja para o outro me atrevo a querer pra mim e acreditar possível. Tão possível que para fora e posso existir. Eu quero ter uma vida interessante e aprendo com a vida interessante a ter disciplina e cuidado e com o cuidado aprendo a ter corpo e aprendo de novo a querer. Desejar. Sabe como é? Afinal, só eu sei as esquinas por que passei, mas o Djavan que as inventou para mim, para eu poder passar na minha ficção hiperbólica de eu. 

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