A primeira vez que a vi estava entre as árvores e era dourada, não a mulher, sua aura sob a luz do dia bonito. Imediatamente pensei que precisava me aproximar, não era tesão barato o que eu sentia, era um outro tipo de apaixonamento, um fascínio encantado. Quando eu comecei a andar sobre esse chão eu vi Oyá por aí, lembro de confiar em Oyá, na sua dança, mas em Oxum não. Oxum me assustava, tudo que se falava sobre ela me inspirava mistério, Oxum era um buraco negro, uma espécie de força criadora capaz de tudo fazer desaparecer. Aí aquela mulher adorada, a dourada, me fez fazer as pazes com o desaparecimento das coisas, me fez ver beleza na partida, no adeus, na partilha. Oxum me deu um terreno de amor, um banho frio num dia quente, derramou sobre a dor dos meus ocultos um bálsamo. Oxum me mostrou que eu podia ainda amar, ainda fazer, ainda acreditar. Oxum melhora a cabeça ruim…
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