Sempre fui covarde.
Ainda que essa palavra me dê calafrios.
Sempre fui de sorrisos amarelos e lágrimas, nunca de briga.
Sou dessas pessoas que se acovardam e fogem, correm com toda a força e não pagam para ver.Gosto daquele prazer obscuro da corrida próspera, gosto de como o mundo parece diferente quando você corre, como as cores ficam borradas e como o vento bate no seu rosto e seca os lábios dando uma falsa impressão de liberdade que se desfaz assim que você para.
Quando você para, e sente a culpa latente em cada célula.
E culpa fede.
E não importa quantas vezes você tome banho, escove os dentes ou lave os cabelos.
Aquele fedor ocre de coisa morta que vem de dentro, que aperta o peito, que dói o estômago e que provoca aqueles calafrios e aquelas dores de cabeça que não tem fim.
Dor de cabeça é mal de gente covarde.
Mas passa, Anador não ri, não pensa, não mete medo. Anador eu encaro de frente, engulo ! E fica tudo bem. Vou tapeando aqui e ali, machucando pessoas que não me amedrotam, aquelas que mesmo feridas voltarão. Fingindo ser alguém forte, firme.
Sendo uma farsa.
E como toda farsa, até convenço algumas pessoas.
A questão é: até quando ?
Este foi feito pra mim não foi?
ResponderExcluirhttp://discrepantemente.blogspot.com/2010/06/please-give-me-one-more-chance.html > Mesma situação, juro não ser uma metáfora.
A culpa machuca. Corroi as veias. Até que você faça algo que te culpe ainda mais.
É.. e chega o dia que até os covardes cansam de correr e ai enfrentam a realidade de frente, porque não podem se ancorar a vida toda numa farsa.
ResponderExcluirBem reflexivo seu texto. Parabéns!!!
bjs