De azul, com carrinho na mão, bola no pé, manejo de pipa no olhar, no sorriso aquele brilho infantil, uma menina não tem que ser uma boneca, afinal . Criamos nossas filhas para quê? Para seguirem um padrão estético-moral-social que a sociedade impõe e que acatamos em silêncio . Qual é o problema afinal de uma menina driblar, fazer embaixadinhas e transformar a bola de futebol em um abrigo ? Porque implicamos tanto com aquelas garotas que taxamos vulgarmente de " oferecidas " ? Acontece que nós ainda pensamos atrasado, ainda vemos o mundo com os olhos dos nossos avós. Acontece que nós não nos valemos do cientificismo para analisarmos as situações, fazemos juízo de valor, mas baseado apenas no senso comum.
O problema mora aí, críticas embasadas em senso comum são críticas pré conceituadas, pré conceituosas, são críticas sem virtudes . E esse tipo de crítica não leva ninguém a lugar nenhum. E daí que Maria quer jogar bola ? E Daí que Ana quer ficar com quantos garotos ela quiser ? E daí que Teresa é Mecânica ? Porque por uma série de implicações morfológicas, que nem implicam tanto assim as mulheres devem ser tratadas como rainhas... do lar ? Sempre ? Porque o meu irmão pilota moto e eu piloto fogão ? Onde tem escrito que tem que ser assim ?
Leis de defesa do direito da mulher deveriam ser implantadas, não é só a violência doméstica que nos assola, é a violência moral, e não existem leis específicas para punir patrões que desempregam mulheres grávidas, ou recusam curriculos femininos por nos julgar mais fragilizadas. E sabe o que nós fazemos enquanto isso ? Tricotamos com a vizinha, falamos da novela, pilotamos resignadamente nossos fogões e vivemos para sermos a mãe exemplar dos nossos filhos.
E para não se nivelar? Tem que se mexer mulherada, tem que dar a volta por cima, tem que superar as expectativas, tem que ter voz ativa, tem que mostrar que dá para ser SIM algo além da marionete que lava, passa e cozinha. E não é se transformar em homem que vai mudar a situação, e sim romper com os paradigmas da sociedade em cima do salto quinze, ser um pouco Che, sabe? Endurecendo sem perder a ternura.
Não esqueça o rosa, mas ouse provar o sabor de estar de azul.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirme lembrei de Pagu..: sou mais macho que muito homem.
ResponderExcluirmas a maioria acaba se submetendo mesmo :/ compartilho essa raiva interna para com os paradigmas socias.
e sim, temos que ser um pouco Che (;