Eu poderia e posso dizer assim, como quem não quer nada, eu quero você e terminar a frase prenhe de sentidos assim. Bem aí, no momento em que a possibilidade grita e o desejo deixa no meio de tudo uma faísca que acende a consciência. Mas o que eu digo é matéria desbotada do depois e o que eu quero é a possibilidade luminosa do antes, como o som e a luz, realidade e desejo se desajustam felizes pela cidade e a cidade nem é a cidade, a cidade é o corpo todo e tudo corre feito água. E feito água o tempo escorre na sede que não sacia, na pressa do passo para dilatar a brevidade das horas, dos olhos não, a pupila entrega o que a palavra não alcança, mas o que eu sinto quando com é meu, o que é seu é seu. Por isso eu poderia dizer, mas não digo: faço. Poderia dizer, mas a palavra é uma promessa e o desejo é o que extravasa.
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