Me debrucei novamente sobre a mesa e tentei escrever sobre a crise na Grécia, ou sobre a importância de estudar Marx, ou ainda sobre as teorias de conspirações modernas. Tentei fazer uma resenha sobre o filme que vi ontem no cinema, tentei fazer mais um artigo de opinião que chafurdasse no âmbito social. Mas cada vez que eu toco esse lápis, cada vez que o seguro entre os dedos, daquele jeito torto e feio que você conhece também, é apenas o seu nome que escrevo, e as mesmas histórias piegas e todo esse blablabla apaixonado.
Todas as cartas de amor são ridículas! Penso por um momento. Penso também que devo estar me tornando repetitiva e obtusa - como você gosta dessa palavra - e que isso deve soar tão chato e fake.
Tanto já mudou desde o dia 6, concluo. Foi há pouco menos que um ano atrás, e você permanece aqui invadindo meus pensamentos, desviando o foco de todo o mais. Quem define o limiar entre romance sadio e romance obsessivo compulsivo ? Como saber quando se passa do ponto, quando já não se pode mais questionar o avassalador que adjetiva todo e qualquer sentimento que se apresenta junto a ti ? Intenso.
Mas você e eu podemos namorar, e era simples. Ficamos fortes. Quando se aprende a amar o mundo passa a ser seu.
Podia ser só um bom sexo, ou ainda só um bom papo, só uma boa companhia em domingos chuvosos, mas nunca fomos realmente boas em nada " só ", sempre foi um bom sexo precedido de um bom papo no aconchego de um domingo chuvoso.
Podíamos buscar sentido em tudo, mas decidimos que foi o destino, ou aquele sorriso na aula de Biologia, talvez ainda tivesse sido o cheiro na pele, aquele que te agradava.
E agora eu me pego mais uma vez falando sobre como eu me lembro de te ver sorrir, no escuro do cinema, primeiro tímida, depois nervosa, e então você puxou a minha mão para junto do seu peito, me mostrou o pulso, me entregou a senha, a verdade, e por isso um útimo segundo eu vacilei. Foi uma equação rápida, nunca fui boa em matemática, mas fiz o cálculo direitinho: x + y = 0, isola y, x + x = 1. Me apaixonei por você ali, naquelas batidas ansiosas do teu coração.
E não me arrependo nem por um segundo sequer.
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar... ♫
ResponderExcluirTodas as cartas de amor podem ser ridículas, mas o amor é sempre original e belo. Como disseram AMAR sempre vale a pena não importa quem, como, onde, quando e porque.
ResponderExcluirBons blogs encontrados ao acaso, meu maior prazer nessa internet sem muitos prazeres.
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