E sorriu, olhava para ela embevecido, perguntando a si mesmo o que vira naqueles olhos vulpinos. Viu o mundo, concluiu. Quando ela, de olhos postos nele, perguntou o que havia, ele disse, siomplesmente : Nada. E voltou-se para frente; Ela suspirou e voltou-se também para frente.
Era linda. Não so jeito superficial, era linda de verdade, era uma pessoa linda. Era virtuosa, humana, racional, tinha sangue nas veias e um jeito curioso de demonstrar afeto, calava.
Por isso não podendo beijar-lhe os lábios, beijava-lhe os olhos. Porque esses eram muito mais do que sua boca, silente, jamais seria. A queria para si, entre os braços, só para sentir o cheiro dos seus cabelos, para aspirar aquele cheiro que lhe invandia a memória cada vez que fechava os olhos. A quis, a quer. A quereria mesmo que ela não existisse, porque antes de amá-la, sonhou-a. E ela cabia perfeitamente no seu corpo, nos seus pensamentos, na sua vida, outra não seria.
Lindo, de verdade. Sem palavras a comentar. Simplesmente o final mais desejado.
ResponderExcluirQue lindo texto, cada palavra pareceu ser escolhida a dedo, gosto de pessoas que tem seu estilo de escrever e sabem o que dizer, deixando ainda mais subentendido, como nessa frase. "Por isso não podendo beijar-lhe os lábios, beijava-lhe os olhos."
ResponderExcluirGostei mesmo do seu blog, parabéns!
*-*
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