11 de jun. de 2010

Conversa de botas batidas

Vi solta por lá, bichinho pequeno, pedindo carinho e atenção. A tomei nos meus braços, fiz dela filha, irmã, amiga, fiz dela refúgio.
Me contaram que é quando os filhos entram na adolescência que tudo fica mais difícil, e foi. Foi na adolescência da nossa amizade que você ficou rebelde, sem causa, foi lá que você fez de mim mãe sozinha, protetora desgostosa e a cada nova topada sua meus argumentos se esvaiam, perguntei as outras mães o que fazer, como agir. Elas diziam num liberalismo infindo " Deixai fazer, deixai passar ", mas não passou, só fez.
E fez tanto que me cansou, desisti da maternidade, de você, pranteei seus vícios um a um, fugi, fugi do mundo me refugiei longe dos seus paradoxos, cansei de nutrir esse não-amor por você, filha.
Desculpa ter sido fraca, desculpa te largar quando você mais precisava de uma mãe, ou uma amiga, mas sou criança como você. Sou o que você vai ser quando você crescer, o que espero que seja logo.
Espero que você entenda que tudo que fiz foi por te amar demais e por não suportar, não saber lidar, com o que dia após dia, a cada nova expectativa frustrada, você se tornou. Quando você voltar para casa, quando cansar de fugir, mamãe ainda vai estar aqui, para contar histórias para você dormir tranqüila, para cantar para te mimar.

Mãe, amiga, irmã, com amor.

Um comentário:

Picolé de Chuchu ;

Fria e Indigesta !